quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Lobão solta sua língua afiada contra o Rio.

Não dá pra discordar da verdade. Mais uma vez Lobão tem razão em falar mal daquilo que já foi pólo cultural do país. Esse texto foi tirado do DIA ONLINE ( 09/02/11 ) e coloquei somente os trechos que são pertinentes a música e a cultura do Rio. Leia e pense no que se pode fazer pra melhorar. COMENTE.



Rio - Lobão fica hipnotizado com o que parece ser uma cena de cinema: de madrugada, perambulando na Lapa, ele dá de cara com um cadáver em pleno fervo da Avenida Mem de Sá. “Ele estava lá paradão, como todo cadáver, em cima de uma poça de sangue na frente do botequim e ninguém em volta dando bola, uma loucura”, reage o roqueiro que tem fama de louco. “Quando o rabecão chega, o dono do bar coloca uma mesa em cima da poça de sangue e a vida continua. Foi a gota d’água, por isso resolvi deixar a cidade. Não posso ser cúmplice disso”, desabafa Lobão.

O músico carioca ainda se lembra bem daquela imagem ‘punk’ e, desde 2006, juntou toda a sua tribo, deixou o Rio e foi atear som em São Paulo. Nesta sexta-feira, porém, o cantor, compositor e multi-instrumentista recorda o princípio da carreira e revisita sua obra no Circo Voador, na mesma Lapa, onde um cenário de fim do mundo há cinco anos o fez achar que tudo deu errado. “Amo minha cidade, mas estou em discordância cultural com o Rio, que hoje é só novela, samba, funk, futebol e um padrezeco surfista no domingo. A cidade está um caco e todos achando tudo joia”, dispara sua metralhadora giratória.

No Circo Voador, ele vai apresentar duas novas canções, ‘Das Tripas, Coração’ e ‘Song For Sampa’. Esta, traz o verso “Passageiros no metrô/Rua Augusta e roquenrou/Eu penso, essa é minha cidade”, e é uma declaração de amor à cidade onde mora hoje. “O Rio está sem rebeldia e isso aproxima a cidade do túmulo do rock, cheio de gente milimetricamente mal vestida. O cara que ouvia Led Zeppelin semana passada agora toca chorinho na Lapa. Se colocar um ‘pauduretrônomo’ nesses caras, vai dar baixa total. No Rock In Rio, periga o público formar uma quadrilha de São João na frente do show do Iron Maiden”, prevê.


Enquanto denuncia o que classifica como decadência sem elegância do Rio, Lobão defende-se do rótulo de maluco. “Dizem que sou louco para acabar com meu discurso. Acha que é fácil tocar 15 instrumentos, compor, lançar discos e ainda ser empresário? Não dá para uma pessoa maluquinha fazer isso durante 35 anos, não é?”.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Lobão é polêmico, mas todos os apontamentos que ele faz são fundamentados e difíceis de discordar.
    A verdade é que a vida no Rio está às moscas, com todos achando super comum ver um corpo na rua, um mendigo apanhar de playboy só porque pediu dinheiro, de gente sendo assaltada e ninguém faz coisa alguma... poderiam mudar, oficialmente, o nome da cidade para Hell de Janeiro.

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